terça-feira, 13 de abril de 2010

AMAC no Espelho



Criança no espelho

Por Malu Machado 
Assessora de Comunicação da AMAC

Era uma vez um país onde a assistência social era sinônimo de assistencialismo. De fato, em alguns momentos, ainda vemos práticas assistencialistas em muitas esferas de nossa sociedade. Mas não há como negar que a política de assistência social vem crescendo e aparecendo. Hoje temos a LOAS, o SUAS e todo um aparato de leis que visam promover a cidadania.

Era uma vez um grupo de pessoas que iniciaram um trabalho intenso na cidade de Juiz de Fora para construir a Associação Municipal de Apoio Comunitário, a AMAC. Naquela época, 1985, o Brasil fervilhava com o movimento de abertura política. Era a época do Cruzeiro Novo e de Maria da Conceição Tavares chorando na TV. (aos mais novos, busquem a história nos intermináveis arquivos do Google). Já havíamos ido às ruas pelas Diretas e passado pela comoção nacional com a morte de Tancredo Neves.

Nas cidades, faltava tudo. Faltava asfalto, luz, faltava comida. Alguns anos depois Betinho lançava sua campanha contra a fome que até hoje ecoa em iniciativas múltiplas. A solidariedade era inerente ao momento. E todos queriam reconstruir um país recém saído da ditadura militar. Unir forças em torno dos projetos da AMAC não foi difícil. Mas o caminho para a construção de uma Política de Assistência Social no município, estava apenas começando.

Do trabalho inicial com poucas pessoas assistidas, a AMAC realiza hoje serviços de proteção social a mais de 15 mil pessoas diariamente. São 50 unidades espalhadas por diversos bairros do município prestando atendimento do recém-nascido à terceira idade.

É muita coisa. E muita história também. Inauguramos este blog como um espaço de reflexão dessa trajetória, os acertos e erros, o que está por vir. Também para registrar relatos de quem fez esta história. Histórias divertidas e histórias tristes, história de assistidos e de quem assiste. Histórias que extrapolam a AMAC e podem vir de outras cidades, de outros países, mas que falam da inclusão social e do respeito à cidadania.

Aqui, estarão os reflexos de muitos, para que muitos outros possam, através destes relatos, conhecerem outras realidades e se reconhecerem, a todos, como seres humanos.