segunda-feira, 9 de abril de 2012

Educando através da capoeira

"O menino é bom! Bate palma pra ele!"

                                                                                                                                      Por Marko Nascimento,
Educador Social Curumim Santa Rita

Aulão de capoeira no curumim

A capoeira que é considerada uma dança, luta, arte, folclore, esporte, também é um instrumento de socialização e educação. Com ela, chegamos a lugares impensáveis para nossos antepassados que muitas vezes não pensaram que a Capoeira pudesse hoje estar em um projeto socioeducativo. 


Utilizando da habilidade de capoeira, chegamos à respostas de pequenas pessoas que estão ansiosas por um aconchego ou uma luz para que a sua vida possa seguir com um mínimo de respeito e carinho que merecem as crianças e adolescentes assistidas nos programas socioeducativos executados pela AMAC, em especial nos Curumins.


São crianças que recebem todos os dias duas alimentações e incontáveis atitudes de motivação para uma vida melhor, fazendo parte desta energia; carinho, amor, educação, ombro amigo, conselhos, conforto, respeito, atenção, companheirismo, esporte, arte, lazer e muito empenho em tornar quatro horas de seus dias nas quatro horas mais proveitosas dos mesmos.

Professores, não nos consideram assim. Ainda bem, pois nós somos muito mais que isso. Somos pais, responsáveis, amigos, educador; falando nisso, a nossa principal função é a  de educador. Utilizamos da capoeira para introduzir na vida destes pequenos vários conceitos de educação e, por meio dela, chegamos mais fácil a alegrias escondida, o amor jamais tocado, ao carinho que não se recebe, a educação que pouco é trabalhada com os nossos assistidos no dia-a-dia. 


Talvez, se todas as crianças e adolescentes da cidade Juiz de Fora estivessem em contato com a assistência social, em pouquíssimo tempo tivéssemos uma sociedade muito melhor em amplos os sentidos.

Como educador social, professor de Educação Física e Pós-graduado nesta mesma área, entendo que ser professor é muito diferente de ser educador. Não existiria uma importância maior entre as duas funções. Diria que o professor ensina o conteúdo, o educador ensina viver utilizando o conteúdo de maneira a manter a harmonia social entre todos os envolvidos em um grande grupo social. 


É de uma satisfação enorme quando um assistido nos brinda com um gesto de carinho, pois, atualmente, é nossa principal fonte motivacional para um dia-a-dia de trabalho com prazer. 


Em nosso trabalho não existe nenhum prêmio “Educador do Ano”, “Melhor intervenção do ano”, “melhor acolhimento”. Sendo assim, quando entregamos um instrumento como o berimbau a uma criança e observamos no olhar dela um brilho de satisfação, aí está nossa sensação de dever cumprido.


A criança sabe que está tocando o principal instrumento da capoeira e que este instrumento só é tocado pelo membro mais simbólico e importante de uma roda, o “Mestre”. Com isso, conseguimos inserir na vida deste pequeno ser um conceito de Hierarquia, Respeito, Cultura, Simbologia; este que é o verdadeiro objetivo de um educador social, educar através de sua habilidade específica, neste caso a capoeira foi o instrumento para a socialização.

Por isso alguns críticos disseram que não éramos professores de capoeira nos curumins, mas não tiro a razão deles, somos educadores sociais e com muito orgulho e prazer, fazendo com que a capoeira seja sim, uma arte inesquecível ao singelo olhar de uma criança.


Batizado de capoeira no curumim


 Aula de maculêlê
                                                                                       

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